quinta-feira, 21 de junho de 2007

Soneto do Desejado Rosal

Quero no peito largo e sangrado
por agudos espinhos delicado rosal
de pétalas mornas e doces tal qual
os leves ventos no sertão escaldado.

Neste quase sempre aberto ninho, o molhado
perfume voa - adoçado com céu e sal -
ponderando ante a sedução do mal,
e faz de espada e medalha o exemplo dado.

Sorrindo como quem não pode ser ludibriado,
já que não pretendeu, por esse ritual,
de forma alguma e por ninguém ser recompensado,

passo chutando - como faz o vento matinal
ao rosto do ainda sonolento lebutado:
côncio, leve, ativo, cândido, cardinal.

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