Existe algo vivo desde que o mundo é mundo e do qual somos parte.
Algo que se aproxima de nós silenciosa, insistentemente, calorosamente, com mãos grandes e aveludadas.
Algo que está estampado no sorriso dos apaixonados; está insistentemente esperançoso no choro dos recém-nascidos, docemente emoldurado no sereno olhar dos anciãos.
Algo que a cada dia tira chão, sono e presunção de cientistas (os orientais têm mais feeling a respeito).
Muitos o ousaram professar, mas soou inútil: talvez antes da hora. A eles deu-se o rótulo de loucos. Doentes de um peculiar tipo de loucura: do tipo que faz sorrir e chorar em demasia... Beethoven – um desses doentes - o traduziu em sons e foi amado (embora nem sempre entendido). Contradição?
Está na Primavera! Fauna e flora - desde sempre – se deliciam nela. Conhecem-na e por isso se conhecem. E é uma delícia conhecer-se.
Se a mente e coração não estiverem sempre intrínsecos, abraçados, estarão sempre muito distantes um do outro e mais ainda desse algo... Um certo nazareno disse que tem a ver com liberdade, e ele falava com impressionante convicção. Tem a ver com fatalidade, mas não é acaso; com conhecimento, mas não é retórica; com beleza, mas vai além da estética.
Os que tiveram a visão desse fenômeno são capazes sorrir diante da morte: sentem que, depois dele ,“vida” vira outra coisa, outro conceito, onde morte (apenas o não ser visto) se torna incrivelmente irrelevante.
É uma coisa que está além da nossa cognição, dos nossos sonhos, mas a necessidade de expressá-la e cantá-la fez com que se lhe desse um nome: Verdade!
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