domingo, 2 de setembro de 2007

Não há mais tempo nem porquê!
Não percebes que não há mais razão para omitir-se !?
Não vês que não há mais becos, nem buracos para enfiar-se!?
Assim como nos portamos nem os ratos teriam hospitalidade;
pardais não nos concederiam vez aos poleiros dos postes.
Estamos sem lugar à orquestra: desafinados.

Não percebes que o que nos falta é um pouco da loucura,
da doce loucura que descerra os olhos
e embriaga a alma como uma brisa que
embebeda os cabelos e os põe a dançar;
a terna loucura que extirpa raízes podres
e tudo que inibe passarinhar.

Não notaste que o diabo,
feiticeiro e parasita,
camuflou-se em teu cheiro,
Anda com teus sapatos,
e faz cara de inocente no rosto cândido
com que te miras no espelho?
Será que não vês que não há mais inocência em nós?
Que não há beleza na ingenuidade
de quem não é mais criança?

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