quarta-feira, 20 de junho de 2007

Um bêbedo e sacro temporal

Que venha curar a dor surda do comum (normal?)
Um bêbedo e sacro temporal.
Que ele arranque e leve toda raiz não natural;
leve embora no perfume que a água deixa na terra;
leva, enxurrada...
leva, correnteza...
Leva as flores de plástico,
os beijos venenosos,
os sorrisos amarelos,
as coversas sem cor,
os ornamentos vazios de minha era decadente.
Se preciso, leva o Bem, sempre que o Bem
precisar do Mal para existir.
Toca a marcha fúnebre
em rítmo de frevo
na tua orquestra multicolorida
e leva o que há de ir,
pois o ue levas já vai tarde
e do que fica és adubo.

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